[Trendwatching] A perspectiva de uma pandemia tem sido um risco sistêmico
bem conhecido há muitos anos, mas ninguém poderia prever o momento exato ou a
natureza da atual crise de coronavírus.
É assim que acontece com as tendências: as grandes mudanças
são bem conhecidas; existem muitos sinais fracos; mas é difícil, se não
impossível, saber exatamente o momento e o formato da curva que a maioria das
tendências segue. Eles permanecerão no nicho por um ano? Três anos? Ou é apenas
uma adoção momentânea em massa acelerada por causa de algum gatilho externo?
É por isso que em momentos como este é útil podermos
observar tendências que já estavam, digamos “outside”. Quais novos
comportamentos serão adotados pelo consumidos ou mesmo pelas marcas? E quais já
estão sendo adotados? Quais tendências pareciam anos longe do mainstream (e
eram fáceis de ignorar), mas que agora parecem prontas a se tornarem totalmente
“rotina” em questão de meses, senão semanas?
No nível organizacional, tempos de crise podem ser
ameaçadores e libertadores. Muitas empresas (e empresários) estão dolorosamente
cientes da diferença entre suas organizações (gigantes e engessadas) e de seus
novos e ágeis concorrentes.
Mas a mudança cultural é difícil, eu mesmo percebi isso na
pele quando trabalhei numa empresa que foi pivotada para uma nova cultura de
gestão. Foi um grande choque, o que significa que todas as velhas 'regras'
podem ser quebradas. E este, talvez, seja o momento.
Aqui está uma seleção das 10 tendências emergentes de
consumidores que oferecem poderosos sinais precoces do que as pessoas
valorizarão e o que priorizarão em um mundo pós-coronavírus.
1. Experiência virtual
Você sabe tudo sobre a experiência econômica. Quando astros
como Billie Eilish estão cancelando turnês, as ligas esportivas são canceladas,
o Louvre é fechado e as Olimpíadas parecem cada vez mais longe, haverá um
enorme vazio na vida das pessoas. Mas as novas tecnologias imersivas podem
trazer um novo significado, levando as pessoas a alimentarem este “vazio” a
partir de experiências virtuais. As redes sociais é um exemplo óbvio de como os
consumidores adquirem status no domínio virtual. Mas agora observe que outras outras
experiências virtuais podem ser exploradas para resignificar o comportamento
humano pós-pandemia?
2. Lojas de Artigos
No final de 2017 percebemos claramente a tendência de fusão
entre o comércio eletrônico e transmissão ao vivo. Isso já indicava a direção
do comportamento para compras on-line e conexões sociais: interativa,
experimental e em tempo real. Mas a recente crise viu o mercado chinês de
transmissão ao vivo crescer ainda mais e mais rápido do que nos últimos anos, e
essa mistura inebriante de entretenimento, comunidade e comércio aumentará as
expectativas do comércio eletrônico em escala global. Vamos observar!
3. Companhias Virtuais
Essa tem sido uma das tendências mais reveladoras e
controversas desde que a vimos pela primeira vez há alguns anos . Simplesmente,
à medida que as pessoas se acostumam a assistentes digitais e chatbots, suas
expectativas evoluirão e algumas pessoas (não, não todas!) Começarão a procurar
personalidades virtuais que têm o poder de entreter, educar, fazer amizade e
curar. A crise fará com que as pessoas se voltem para esses companheiros
virtuais e, uma vez que o gênio esteja fora da garrafa, esses comportamentos
persistirão assim que a crise desaparecer.
4. Saúde ambiental
No momento, as pessoas estão buscando obsessivamente seu
desinfetante para as mãos enquanto tocam o dia-a-dia. Mas quando esse momento
começar a passar, voltaremos aos nossos hábitos menos higiênicos, embora o
desejo de permanecer em segurança e bem estar seja mais forte do que nunca? Isso
criará uma enorme oportunidade: para os provedores de espaços físicos
incorporarem medidas de melhoria da saúde nos mesmos espaços pelos quais seus
clientes passam, tornando irrelevante o esforço pela manutenção da saúde.
5. Mentoração
O isolamento social tem levado-nos a perceber com mais
clareza os problemas o ócio atrelado às telas online. Porém, diante desta
constatação, muitos desejam usar parte desse tempo de forma produtiva, e assim
adotam plataformas que as conectam a professores, especialistas e mentores em
sua busca por aprender novas habilidades. Uma forma de indulgência? Ou simplesmente
ocupar o tempo com algo que alivie a consciência ?
6. IA-Commerce
Outra tendência, já detectada há alguns anos e que acaba de receber uma alavancagem poderosa.
Já em 2017 observava-se o poder crescente que a IA via ganhando nas
interações. Agora nota-se claramente o repentino e acentuado aumento da demanda por interações
sem contato, convergindo com os avanços da robótica, que está permitindo uma
nova geração de comércio automatizado, o IRL.
7. Mindset Equity
O coronavírus dificilmente é a única coisa que causa
angústia mental às pessoas. Mesmo antes de desencadear uma crise global de
saúde pública e um medo crescente de uma profunda crise econômica, as pessoas
enfrentavam desigualdade desenfreada, concorrência social ativa, a ameaça
existencial iminente causada pela crise climática e muito mais. Não surpreende,
portanto, que qualquer organização que possa ajudar a melhorar o bem-estar
mental das pessoas seja recebida de braços abertos.
8. Colaboração Iminente
O coronavírus é um dos problemas transnacionais e trans-demográficos
mais urgentes da história recente e, como tal, lembrou às pessoas que as
melhores organizações são aquelas que colaboram generosamente com outras. Uma
“nova e ousada fronteira para a sustentabilidade”, o ato de compartilhar e até
mesmo distribuir suas soluções inovadoras para os nossos problemas mais
difíceis.
9. Desenvolvimento Assistido
Qual o resultado benéfico de mais tempo gasto em casa?
Muitos serão obrigados (ou até forçados) a aprender algumas habilidades
tradicionais da vida doméstica muitas vezes negligenciadas, como cozinhar para
si mesmas. O recente crescimento da economia sob demanda viu um número
crescente de urbanos abastados terceirizarem tarefas domésticas. Quando a crise
terminar, muitos voltarão alegremente às rotinas que tinham de casa-escritório-casa,
porém outros descobriram que realmente gostam de fazer tarefas que sequer dominavam
e outros, ainda podem ter encontrado significado ou propósito no núcleo doméstico.
10. Símbolos de Status Virtual
O ser humano sempre foi obcecado com status. Se você
entender como as pessoas se identificam, como ganham respeito da sociedade e de
seus colegas, então você terá uma ferramenta poderosa para entender seu
comportamento. Os bens físicos há muito detêm o monopólio do status: são
escassos e caros. Consumidores de videogames mais jovens, há muito tempo,
adotam bens virtuais, mas agora esperam que novas tecnologias (por exemplo, AR
e blockchain), o crescente desejo de consumo sustentável e a crise do
coronavírus convirjam e promovam o reconhecimento de que bens virtuais podem
ser símbolos de status genuínos em outros setores, sociais, culturais e demográficos.
Estamos preparados para esses novos comportamentos?
Estamos prontos para atender a essas novas expectativas?
Reflita e conte conosco para alavancar seu negócio.
Eduardo Gyurkovitz
www.mentorisconsultoria.com.br